Nunca tinha caído assim tão fortemente a ficha
de que somos apenas pensionistas da vida,
apesar de desde menina ter descoberto
que todos nós estamos aqui
apenas de passagem!
Gosto da Marina Colasanti por isso:
suas verdades, mesmo sendo
tão óbvias e tão simples, nos dão alfinetadas.
Pelo menos é assim que funciona comigo.
Que saibamos então tornar grandes
os pequenos momentos
e transformar o nosso quarto
num castelo, em nosso santuário,
onde ele possa servir de proteção e de abrigo,
mas que jamais deixemos que o medo nos afaste
da janela e desse nosso contato
gostoso com o mundo e com as pessoas.
O externo também é muito importante,
mesmo que alguns neguem.
Não somos ilhas, mesmo nos dando
tão bem conosco
e com o nosso íntimo!
Não nos bastamos.
Não sempre.
Que tentemos conservar o nosso quarto
arrumadinho a todo instante,
assim não teremos
muito trabalho na hora de o devolvermos,
se possível ainda mais belo
do que como o recebemos:
agora ele fará parte de nós, e nós dele.
Haverá uma história morando ali,
ainda que nós não mais.
Glória Salles
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
Canção do dia de sempre
Tão bom viver dia a dia...
A vida assim, jamais cansa...
Viver tão só de momentos
Como estas nuvens no céu...
E só ganhar, toda a vida,
Inexperiência... esperança...
E a rosa louca dos ventos
Presa à copa do chapéu.
Nunca dês um nome a um rio:
Sempre é outro rio a passar.
Nada jamais continua,
E sem nenhuma lembrança
Das outras vezes perdidas,
Atiro a rosa do sonho
Nas tuas mãos distraídas..."
Tão bom viver dia a dia...
A vida assim, jamais cansa...
Viver tão só de momentos
E só ganhar, toda a vida,
E a rosa louca dos ventos
Nunca dês um nome a um rio:
Sempre é outro rio a passar.
Nada jamais continua,
Tudo vai recomeçar!
E sem nenhuma lembrança
Das outras vezes perdidas,
Atiro a rosa do sonho
Nas tuas mãos distraídas..."
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